Rapidamente se começou a produzir um excedente para ser vendido fora da região. Como resultado, o processo de construção de mercados externos teve um precoce estímulo. Entre o final do século XVI e início do século XVII ocorreu a abertura e consolidação das rotas comerciais. Estas primeiras missões rapidamente se estabilizaram e se formalizaram. Como resultado, em 1618 se registrou a primeira autorização de entrada a Buenos Aires de vinhos e aguardentes provenientes de Mendoza. Pouco tempo depois, em 1624, o comércio de vinhos de Mendoza se estendeu até os mercados do Governo do Paraguai.
As rotas e os mercados que foram abertos entre 1580 e 1624, foram consolidados no próximo século. Em meados do século XVIII, o comércio exterior de Mendoza chegou a uma taxa anual de 90 comboios. Através destes meios se garantia uma capacidade de transporte de aproximadamente 250.000 litros.
Ao contrário do que tem sido repetido até a exaustão pala história oficial, antes da chegada dos imigrantes à Mendoza, já havia uma grande indústria vinícola. Esta era importante e possuía adegas de grandes dimensões para a época, como é o caso da adega Caracol, que na a década de 1630 e com não mais de 300 habitantes hispano-crioulos, contava com uma capacidade de 30.000 litros. O progresso da cidade criou as condições para a expansão da atividade vitivinícola, com as quais surgiram outros importantes estabelecimentos. Dois bons exemplos foram o estabelecimento dos Jesuítas, na fazenda de Nossa Senhora da Boa Viagem, e as adegas e vinhedos de Don José Albino Gutierrez. Ambos tinham edifícios de cal e tijolos para as instalações mais sensíveis das adegas. Além de conta com prensas para a moagem das uvas, alambiques para produzir a aguardente, e grandes depósitos. A capacidade da vinícola dos Jesuítas era maior, dado que podia armazenar 100000 litros comparados com os 70000 litros de José Albino Gutierrez. No entanto, esta tinha um sistema mais moderno, porque os seus tanques eram feitos principalmente de madeira, enquanto que a adega Jesuítica ainda usava as velhas ânforas e recipientes de cerâmica. Estas adegas servem para demonstrar o importante desenvolvimento alcançado pela indústria vitivinícola de Mendoza antes da chegada dos imigrantes europeus no final do século XIX.
O vinho de Mendoza também teve um papel importante na independência nacional. Basta notar que San Martín o escolheu como alimento e como fonte de energia para os soldados que tinham que atravessar os Andes e travar batalhas decisivas no Chile. Durante estes anos, muitos acreditavam que era impossível cruzar com um exército de 5000 homens, carregados com armas e canhões, entre a neve, precipícios e extremamente baixas temperaturas. Dentro da estratégia planejada por San Martín, o uso de vinho ocupava um lugar importante: ele tinha reservado 113 mulas para transportar o fruto da videira, e, deste modo, garantir a cada soldado uma garrafa por dia. Nesta façanha, reconhecida na história da humanidade, o vinho de Mendoza prestou um serviço decisivo. A energia do sol, capturada pelos grãos de uva, chegou aos braços e ao coração dos patriotas, para abrir o caminho para as novas nações das Américas.