Assim como no século XIX a ditadura de Rosas deteriorou gravemente as condições de desenvolvimento econômico regional e levou uma forte retração da indústria vitivinícola de Mendoza, no século XX também houve problemas semelhantes.
A grande depressão econômica mundial foi o marco da crise que a vitivinicultura sofreu na década de 1930. Isto gerou problemas de acumulação de estoque e a queda vertical dos preços no mercado doméstico. A conseqüência natural foi a queda abrupta do consumo de todos os tipos de mercadorias, incluindo o vinho. Como resultado as adegas não tiveram a possibilidade de vender seus estoques, e não tinham a capacidade para armazená-lo, e com isso começaram os derrames nas acéquias.
O impacto da grande depressão causou uma caída no consumo per capita de vinho, que passou de 62 litros em 1926 a 32,8 em 1932. Isto levou a uma redução na produção de vinho, que baixou de 6 milhões de hectolitros em 1929 a um terço de um milhão em 1932, vinte vezes menos do que antes da crise. As empresas continuam quebrando, os trabalhadores desempregados e o vinho correndo pelas acéquias.
Um novo papel do Estado foi passar a desenvolver políticas ativas como regulador do setor vitivinícola. Foi criada por uma lei nacional, a agência regulamentadora de vinhos, um organismo técnico que pela primeira vez ficou encarregado de fazer os levantamentos estatísticos anuais da produção de uvas e vinhos de todo o país. Através desta agência, o Estado contratou profissionais especializados para lidar com a missão de reunir informações detalhadas sobre o progresso da indústria e propor medidas para pôr termo à crise. Foi decidido intervir nos mercados, o Estado teve de comprar vinho e vinhedos de má qualidade e, assim, reduzir o excedente. Em 1942 o preço das uvas já estava a um nível elevado, uma vez mais, as superfícies de vinhedos começaram a aumentar novamente para recuperar o nível de 100000 hectares. No ano seguinte, foram produzidos mais de 8 milhões de hectolitros de vinho, atingindo um recorde histórico.
Para complementar as medidas de intervenção do Estado na década seguinte, houve mais duas etapas:
Em 1954 o governo Peronista ordenou a estatização da maior adega do país, Giol. Isto permitiu a regulação do mercado e estabelecer os preços de sustentação para a uva.
Mais tarde, em 1959, foi criado o Instituto Nacional de Vitivinicultura, agência que iria completar e aprofundar a missão de auditoria do conselho regulamentador do vinho.
Na década de 1970, começou a segunda grande crise da indústria vitivinícola de Mendoza, no século XX, que marcou uma ruptura definitiva do modelo. Os consumidores passaram a consumir outros produtos, como a cerveja e os refrigerantes. A demanda pelo vinho comum caiu verticalmente, de 90 litros per capita em 1970 a 83 em 1976 e 55 em 1991. A maior parte das grandes vinícolas, que haviam dominado a indústria por quase um século, desmoronou. Verdadeiras catedrais do vinho, como Gargantini, Tomba e Arizu, entraram em ruínas, quebradas e abandonados. Mendoza mergulhou em uma crise aguda, com a sua indústria de base desorientada.